Tribunal de Comarca de Menongue condena sequestradora a cinco anos de prisão
Maurício Sequesseque
Luanda – Três mil e 525 casos de excesso de prisão preventiva foram registados de Janeiro a Abril deste ano, em todo o território nacional, contra os dois mil e 971 do ano transacto, informou esta segunda-feira, em Luanda, o subcomissário prisional Emílio Manuel Tomás.
Os dados foram avançados durante a 20ª reunião da comissão “ad hoc” para análise do excesso de prisão preventiva no país, tendo o oficial sublinhado que actualmente a população penal é de 24 mil 303 reclusos, contra os 23 mil 888 do ano anterior.
De acordo com o responsável, deste número, 11 mil e 963 encontram-se em prisão preventiva na fase de instrução preparatória, dois mil 524 na fase de processo judicial, mil e um processos, 20 sob medida de segurança e 12 mil 330 condenados.
Emílio Tomás disse também que mais de seis mil casos encontram-se sem acórdão de liquidação de pena em todo o país.
Por seu turno, o secretário da comissão, Alves René, afirmou que se trata de um assunto sério, daí a criação da comissão multidisciplinar para mitigar o fenómeno de excesso de prisão preventiva no país.
“Acabamos de receber os dados brutos, portanto vamos verificar interagindo com todos órgãos afectos, cruzando dados para em sede da próxima reunião apresentar dados exactos dos casos de existência ou não desses casos de excesso de prisão preventiva”, frisou.
Esclareceu que normalmente os casos quando chegam as estatísticas costumam apresentar-se de modo elevado, mas depois com o trabalho da comissão de nível técnicos vão eventualmente diminuindo.
Disse que esses dados são fundamentalmente colhidos por altura das visitas de constatação ao serviço penitenciário de forma isolada pelos diversos órgãos que fazem parte a comissão, mas que volta e meia essa informação, por um conjunto de razões, não é a mais assertiva possível.
Fez saber que actualmente não existem arguidos a cumprir pena de excesso de prisão preventiva a mais de cinco anos, pois os poucos casos registados, foram tratados pontualmente.
Sublinhou ainda que Luanda reúne maior número de casos, potencialmente de excesso de prisão preventiva, pelo facto de deter maior número de arguidos e é natural que surjam em maior preponderância.
Alves René referiu que o impacto da comissão tem produzido impacto positivo, tendo em atenção que antes da sua criação, havia não só casos de prisão preventiva, mas como também presos que permaneciam nos serviços penitenciários além das penas efectivamente aplicadas.
Admitiu que os órgãos que intervêm o sector de justiça atravessam dificuldades de vária ordem, dentre as quais a falta de pessoal, locomoção, mas que não define exclusivamente o fenómeno de prisão preventiva. MGM/VIC.
Fonte: Angop